segunda-feira, 13 de agosto de 2012

 Ela mudou por mim. Certo dia ela me disse que não mudaria por ninguém. Eu retruquei, e então ela me disse que as pessoas não tem o poder de nos mudar. Retruquei novamente, e ela continuou falando. Certamente, alguém tentou muda-la. Ela me dizia que pessoas não conseguem mudar do nada, e principalmente, mudar por alguém. Seja lá quem for. De alguma maneira, as pessoas podem nos alterar, nos fazer ver os defeitos com mais clareza e até mesmo nos ajudar a repara-lo de algum jeito idiota, mas mudar mudar mudar, nunca. Ela me disse que mudar era uma coisa que ninguém jamais poderia fazer com outro alguém porque de fato, é algo de genética, personalidade, de berço. Desde sempre. Geralmente, a mudança ocorre apenas quando precisamos desesperadamente de algo, e não o conseguimos. Daí vem alguém, e puxa nossa orelha. A mudança só acontece pela própria pessoa, nunca pelos outros. Ninguém nunca, em momento algum, consegue ser tão tudo de alguém a ponto de faze-la mudar. Tanto para melhor, quanto para pior. E ela dizia com os olhos mais fixos que qualquer outra coisa, nem piscava, só falava. E eu perguntei se ela já havia mudado um tiquinho que fosse por alguém, e ela disse que não. Disse que incorporava a música “nasci assim, vou morrer assim”. E essa conversa besta rendeu papo até onde não poderia mais. E voltamos nisso outras milhares de vezes, e brigamos também. Só que semana que passada, ela disse que estava errada. Disse que estava errada de todas as maneiras possíveis porque ela mudou por alguém. Me assustei com isso porque.. Logo ela? Mudar por alguém? Ela disse que mudou por alguém que também mudou por ela, e disse também que viu com os próprios olhos o que o amor era capaz de fazer. E disse que talvez, no fundo, não mudemos pelas pessoas, e sim mudemos com elas.

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